segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Igualdade de gêneros só será possível em 2095, diz Fórum Econômico Mundial

São inúmeras as desigualdades no Brasil, uma das mais evidentes e das que falaremos sempre por aqui, diz respeito às relações de gênero.  Os movimentos feministas assim como centenas de pesquisas e estudos concordam que houve avanços, especialmente em relação a economia e ao mercado de trabalho, mas as mulheres ainda tem um longo caminho a percorrer.

De acordo com o Fórum Econômico Mundial a igualdade de gêneros só será possível no ano de 2095, infelizmente, nós ‘balzaquianas’, não estaremos mais aqui para ver. Isso se o ritmo das mudanças e avanços continuar o mesmo.

A disparidade entre homens e mulheres na economia ainda é alta em todo mundo. Quando se trata de participação econômica e oportunidades para as mulheres, a diferença gira em torno de 60%.

De acordo com a coaching especialista em desenvolvimento humano, Monica Motta, a mulher passou muitos anos sem questionar as decisões e exigências da sociedade. É hora de enfrentar:
“Nós mulheres precisamos nos livrar dessa culpa e unir forças de verdade. Então vejo que a responsabilidade dessa mudança de realidade deveria partir de todos os cidadãos. Acredito na responsabilidade compartilhada: político, empresarial, familiar e no empoderamento feminino individual e coletivo, no entanto acredito que principalmente da união das mulheres. A partir da mudança de postura feminina, os homens e as organizações nos enxergarão de outra forma.” – destaca Monica

Segundo o estudo internacional, o Brasil em 124º lugar, entre 142 países, no ranking de igualdade de salários. Somos o penúltimo das Américas, ficando à frente apenas do Chile. O público feminino brasileiro, apesar de representar 51,5% da população, ganha em média 73,7% do salário recebido pelos homens, de acordo com a última pesquisa da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).

Para o ranking do Fórum Econômico Mundial, a desigualdade de gênero em um país é calculada a partir de uma série de variáveis: fatores econômicos, saúde, educação e participação política das mulheres em comparação com os homens em determinada sociedade. São medidas não só a participação econômica das mulheres, mas também a oportunidade econômica, a relação da qualidade dos empregos que as mulheres têm mais possibilidades de conseguir.

Elas são chefes, líderes e gestoras de empresas e organizações e ainda garantem a limpeza da casa, a comida e a roupa lavada...

Trabalham fora, lideram equipes, gerenciam empresas, e ainda administram os cuidados com a casa, educam os filhos. Ufa! Parece cansativo? E é, mas elas dão conta.

As mulheres brasileiras que trabalham e, ao mesmo tempo, cuidam da casa e família consideram o seu cotidiano cansativo, aponta pesquisa. O estudo realizado pela organização feminista SOS Corpo e os institutos Data Popular e Patrícia Galvão revela que 75% da população feminina enfrenta uma rotina exaustiva.

De um total de 800 mulheres pesquisadas, 98% disseram que, além de trabalhar, precisam se dedicar à casa. Dessas, 63% recebem ajuda, 10% recebem pagam alguém para auxiliar nestas tarefas domésticas e 27% desempenham sozinhas os afazeres domésticos. Em se falando em desigualdade, a participação dos ‘meninos’ nessas tarefas é baixíssima, 71% das mulheres não contam com nenhum auxílio masculino.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) entre 2001 e 2012, mostram que mesmo que as mulheres cumpram jornadas de trabalho de 40 a 44 horas semanais, elas chegam a dedicar entre 20 e 25 horas semanais com cuidados com a casa e os filhos.

E ainda assim, o número e mulheres em cargos de liderança em empresas no Brasil subiu em relação a 2016, de acordo com pesquisa International Business Report (IBR) - Women in Business, realizada pela Grant Thornton, em 36 países. A presença de mulheres em cargos de CEO aumentou de 5% em 2015 para 11% neste ano. O número de empresas com mulheres no comando financeiro também registrou o mesmo salto, de 5% para 11%.

Para Monica Mota o aumento destes índices se dá ao aumento de escolaridade e do novo modelo de gestão das organizações: “Fatores como a busca por competência, objetivo, foco e determinação por parte das mulheres para atingir maiores níveis, associado a empresas com práticas e políticas reais de promoção da igualdade e o crescimento de mulheres empreendendo e liderando seus negócios.” – comemora Monica.

Mesmo com os muitos avanços e conquistas obtidos ao longo dos anos, os estudos revelam que as condições femininas no mercado de trabalho ainda está longe de igualdade em relação aos homens.

O mais admirável do universo feminino é que mesmo injustiçadas tantas vezes, as mulheres sabem enxugar as lágrimas e virar o jogo. Mulheres são resilientes e fundamentais para o movimento da economia do país”.  – conclui Monica Mota

Publicado em: www.balzaqueando.com


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