São
inúmeras as desigualdades no Brasil, uma das mais evidentes e das que falaremos
sempre por aqui, diz respeito às relações de gênero. Os movimentos feministas assim como centenas
de pesquisas e estudos concordam que houve avanços, especialmente em relação a
economia e ao mercado de trabalho, mas as mulheres ainda tem um longo caminho a
percorrer.
De
acordo com o Fórum Econômico Mundial a igualdade de gêneros só será possível no
ano de 2095, infelizmente, nós ‘balzaquianas’, não estaremos mais aqui para ver.
Isso se o ritmo das mudanças e avanços continuar o mesmo.
A
disparidade entre homens e mulheres na economia ainda é alta em todo mundo.
Quando se trata de participação econômica e oportunidades para as mulheres, a
diferença gira em torno de 60%.
De
acordo com a coaching especialista em desenvolvimento humano, Monica Motta, a
mulher passou muitos anos sem questionar as decisões e exigências da sociedade.
É hora de enfrentar:
“Nós mulheres precisamos
nos livrar dessa culpa e unir forças de verdade. Então vejo que a
responsabilidade dessa mudança de realidade deveria partir de todos os
cidadãos. Acredito na responsabilidade compartilhada: político, empresarial,
familiar e no empoderamento feminino individual e coletivo, no entanto acredito
que principalmente da união das mulheres. A partir da
mudança de postura feminina, os homens e as organizações nos enxergarão de
outra forma.” – destaca Monica
Segundo
o estudo internacional, o Brasil em 124º lugar, entre 142 países, no ranking de
igualdade de salários. Somos o penúltimo das Américas, ficando à frente apenas
do Chile. O público feminino brasileiro, apesar de representar 51,5% da população,
ganha em média 73,7% do salário recebido pelos homens, de acordo com a última
pesquisa da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
Para
o ranking do Fórum Econômico Mundial, a desigualdade de gênero em um país é
calculada a partir de uma série de variáveis: fatores econômicos, saúde,
educação e participação política das mulheres em comparação com os homens em
determinada sociedade. São medidas não só a participação econômica das mulheres,
mas também a oportunidade econômica, a relação da qualidade dos empregos que as
mulheres têm mais possibilidades de conseguir.
Elas
são chefes, líderes e gestoras de empresas e organizações e ainda garantem a
limpeza da casa, a comida e a roupa lavada...
Trabalham fora, lideram equipes, gerenciam empresas, e ainda
administram os cuidados com a casa, educam os filhos. Ufa! Parece cansativo? E
é, mas elas dão conta.
As
mulheres brasileiras que trabalham e, ao mesmo tempo, cuidam da casa e família
consideram o seu cotidiano cansativo, aponta pesquisa. O estudo realizado pela
organização feminista SOS Corpo e os institutos Data Popular e Patrícia Galvão
revela que 75% da população feminina enfrenta uma rotina exaustiva.
De
um total de 800 mulheres pesquisadas, 98% disseram que, além de trabalhar,
precisam se dedicar à casa. Dessas, 63% recebem ajuda, 10% recebem pagam alguém
para auxiliar nestas tarefas domésticas e 27% desempenham sozinhas os afazeres
domésticos. Em se falando em desigualdade, a participação dos ‘meninos’ nessas
tarefas é baixíssima, 71% das mulheres não contam com nenhum auxílio masculino.
Dados
da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) entre 2001 e 2012, mostram
que mesmo que as mulheres cumpram jornadas de trabalho de 40 a 44 horas
semanais, elas chegam a dedicar entre 20 e 25 horas semanais com cuidados com a
casa e os filhos.
E ainda assim, o número e mulheres em cargos de liderança em
empresas no Brasil subiu em relação a 2016, de acordo com pesquisa
International Business Report (IBR) - Women in Business, realizada pela Grant
Thornton, em 36 países. A presença de mulheres em cargos de CEO aumentou de 5%
em 2015 para 11% neste ano. O número de empresas com mulheres no comando
financeiro também registrou o mesmo salto, de 5% para 11%.
Para
Monica Mota o aumento destes índices se dá ao aumento de escolaridade e do novo
modelo de gestão das organizações: “Fatores
como a busca por competência,
objetivo, foco e determinação por parte das mulheres para atingir maiores
níveis, associado a empresas com práticas e políticas reais de promoção da
igualdade e o crescimento de mulheres empreendendo e liderando seus negócios.” –
comemora Monica.
Mesmo
com os muitos avanços e conquistas obtidos ao longo dos anos, os estudos
revelam que as condições femininas no mercado de trabalho ainda está longe de
igualdade em relação aos homens.
“O mais
admirável do universo feminino é que mesmo injustiçadas tantas vezes, as
mulheres sabem enxugar as lágrimas e virar o jogo. Mulheres são resilientes
e fundamentais para o movimento da economia do país”. – conclui
Monica Mota
Publicado em: www.balzaqueando.com

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