quarta-feira, 8 de junho de 2016

Não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido

É isso ! Depois de um tempinho longe destas páginas, voltei citando um texto bíblico - Atos 4:20 -num momento em que o Brasil e o mundo debate, discute sobre o valor e o papel da mulher na sociedade. Como jornalista, mulher e cristã, preciso tocar neste assunto. 

Após ter sido noticiado e tomado proporções internacionais a repercussão do caso da menina vítima de estupro coletivo o Rio de Janeiro, vemos e ouvimos homens e mulheres defendendo, culpando, acusando e responsabilizando a que a justiça considera vítima.


Pois é, é assim que volto de uns dias de folga e muito trabalho, acho que devemos aqui também falar, nos comunicar sobre tudo o que temos visto e ouvido. 


A revista Super Interessante publicou um texto com vídeo explicativo de 2 minutos que nos fazem entender um pouco mais sobre a "cultura do estupro".

http://super.abril.com.br/comportamento/2-minutos-para-entender-cultura-do-estupro

Quantas mulheres você conhece que já foram assediadas na rua?
Uma pesquisa divulgada no mês passado mostrou que 86% das brasileiras já receberam algum tipo de cantada, e 44% tiveram seus corpos tocados. Esses números são maiores do que na Índia, país famoso por altos números de violência sexual contra a mulher. 
Infelizmente a nossa cultura incentiva que homens são valorizados quando "pegam" muitas mulheres. As mulheres, pelo contrários, são desvalorizadas e merecem sofrer e serem "estupradas" por "pegarem" vários homens. Esta foi a condenação da menina, vítima do estupro coletivo na cidade "maravilhosa". Ela vinha de um baile funk e usava roupas curtas. E daí?
Perceba que está explícito na nossa cultura machista e conservadora considerarem mulheres como objetos sexuais e inferiores em seus desejos e vontades simplesmente por serem mulheres. Podemos ou não ir a um baile funk? Ou a qualquer outro espaço de manifestação cultural. Podemos ou não frequentar as ruas a noite?
Ainda sonho e luto por homens e mulheres que se respeitem em suas escolhas e que tenham direitos iguais especialmente nos espaços sociais e públicos. Entendam, homens e mulheres, temos todos e todas direitos de escolhas. 
Ser profissional ou do lar, ser hetero ou homo, ser gorda ou magra. Ir ao funk ou ao pagode. O fato de andar a noite na rua em lugares públicos, não significa caros, homens que meu corpo é público.  Ninguém merece ser estuprada !
Quantas coisas, nós mulheres deixamos de fazer, simplesmente por sermos mulheres? Quantas vezes preferimos calças a saias curtas, blusa comprida a barriga exposta, batom nude ao vermelho, sapatilha ao salto. Pois é, já me peguei, avaliando essas coisas, especialmente quando saio sozinha. E não deveria...
Ainda Sonho não fazer escolhas como estas por medo mas por gosto, por desejo real e não por medo de ser assediada ou estuprada.
A sociedade que coloca o homem em posição de liderança no lar, nos ambientes públicos e sociais devem educar filhos e filhas que entendam que a diferença de papéis de fato existe, mas o respeito porém, entre os gêneros, deve ser igualmente respeitado.

"Gracinhas", piadas de mau gosto e preconceituosas, desrespeito e assédio e o número de crimes contra a mulher aumentando, É isso que temos visto e ouvido! Escolas, igrejas, empresas, redes sociais, imprensa, cidadão, cidadã, vc, eu... Não podemos deixar de falar !

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