terça-feira, 21 de junho de 2016

Nasce mais uma Campanha que tem todo Meu apoio #JornalistasContraoAssédio

É, Infelizmente nasce mais uma campanha contra o assédio e a violência contra a mulher. Mulheres de coragem, jornalistas de atitude decidiram agir depois da repercussão do caso de assédio de uma jornalista por um "artista" e a surpreendente demissão da colega do portal IG. Duas semanas após o fato, a classe jornalística lança a hastag #JornalistascontraoAssédio.




O movimento surgiu como apoio a profissional e manifestação contra sua demissão e contra o ato do machismo que ainda está presente em nossa sociedade e que nós, profissionais de comunicação, sabemos que é recorrente nas redações, nas entrevistas, nas externas, nas assessorias de imprensa, nas repartições, enfim, no ambiente de trabalho ou fora dele, mulheres sofrem assédio todos os dias.

O que mais nos revolta, falo por mim, é que as vítimas, os entrevistados, celebridades, políticos, artistas, autoridades, muitas vezes não são responsabilizados pelo ato.

Mas mexeu com uma, mexeu com TODAS!
O caso de assédio da jornalista do IG, que prefere não se identificar, rendeu reportagens dentro e fora da empresa. Esta mesma empresa que a licenciou e se comprometeu publicamente a dar assistência à jovem de 21 anos, que ficou. mas a decisão de demiti-la surpreendeu a própria redação, os colegas do portal.



De acordo com a publicação do Catraca Livre, a ideia surgiu a partir de uma postagem no da jornalista Janaina Garcia, no Facebook, em que se solidariza com a repórter demitida. Ao lado da colega Thais Nunes, ela decidiu transformar a revolta em luta contra o machismo. Assim foi criada a hashtag #JornalistasContraOAssédio e o vídeo da campanha com depoimentos de mulheres a respeito do assunto.

Entenda o Caso:
Em 3 de junho e 2016, o portal Ig denunciou o MC Biel por assédio sexual a repórter da empresa durante a entrevista. Com a repercussão o funkeiro, através de sua assessoria (será que é assessorado por jornalistas?) divulgou uma nota dizendo que se tratava de um mal entendido e que ele respeitava as mulheres. Em seguida perdeu apoios, o Comitê Olímpico o tirou da lista de celebridade que carregariam a tocha olímpica no Rio, sua música saiu de uma novela global. Depois de tantas perdas, o rapaz gravou um vídeo se desculpando... Mas não convenceu, pois até o momento a punição amior foi para a repórter, a vítima. que na última sexta-feira, 17 de junho foi demitida do portal.

Leia o manifesto do movimento na íntegra:
"Jornalista sofre assédio? Onde? Quando? Por quê?
Antes fossem simples como um lead jornalístico as respostas para uma questão como essa – mais comum no dia a dia das profissionais do jornalismo do que se pode imaginar. Dentro ou fora das redações. Dentro ou fora das assessorias de imprensa.
As respostas para o nosso ‘lead’ começaram a surgir com força a partir da demissão de uma colega do portal iG, no último dia 17. A mesma que, semanas antes, denunciara assédio sexual do cantor Biel durante uma entrevista. O caso rendeu reportagens dentro e fora da empresa, que se comprometeu a dar assistência à jovem de 21 anos – mas a decisão de demiti-la surpreendeu a própria redação do portal.
Com os sentimentos de empatia e de desnaturalização de um tema tão grave, nasceu a campanha ‪#‎jornalistascontraoassédio – de um post no Facebook a grupo de WhatsApp, grupo no Facebook, e, agora, na Fanpage homônima.
O assédio é um dos ranços do machismo nosso de cada dia. Expurgar isso com denúncia e com informação é tarefa não só das mulheres, mas de qualquer jornalista que pretenda, de fato, ver uma sociedade menos desigual de oportunidades, conceitos, direitos e deveres.
Um lugar mais legal em todos os sentidos da palavra.
Vamos juntas?
Vamos juntos?
Somos
#jornalistascontraoassédio"

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido

É isso ! Depois de um tempinho longe destas páginas, voltei citando um texto bíblico - Atos 4:20 -num momento em que o Brasil e o mundo debate, discute sobre o valor e o papel da mulher na sociedade. Como jornalista, mulher e cristã, preciso tocar neste assunto. 

Após ter sido noticiado e tomado proporções internacionais a repercussão do caso da menina vítima de estupro coletivo o Rio de Janeiro, vemos e ouvimos homens e mulheres defendendo, culpando, acusando e responsabilizando a que a justiça considera vítima.


Pois é, é assim que volto de uns dias de folga e muito trabalho, acho que devemos aqui também falar, nos comunicar sobre tudo o que temos visto e ouvido. 


A revista Super Interessante publicou um texto com vídeo explicativo de 2 minutos que nos fazem entender um pouco mais sobre a "cultura do estupro".

http://super.abril.com.br/comportamento/2-minutos-para-entender-cultura-do-estupro

Quantas mulheres você conhece que já foram assediadas na rua?
Uma pesquisa divulgada no mês passado mostrou que 86% das brasileiras já receberam algum tipo de cantada, e 44% tiveram seus corpos tocados. Esses números são maiores do que na Índia, país famoso por altos números de violência sexual contra a mulher. 
Infelizmente a nossa cultura incentiva que homens são valorizados quando "pegam" muitas mulheres. As mulheres, pelo contrários, são desvalorizadas e merecem sofrer e serem "estupradas" por "pegarem" vários homens. Esta foi a condenação da menina, vítima do estupro coletivo na cidade "maravilhosa". Ela vinha de um baile funk e usava roupas curtas. E daí?
Perceba que está explícito na nossa cultura machista e conservadora considerarem mulheres como objetos sexuais e inferiores em seus desejos e vontades simplesmente por serem mulheres. Podemos ou não ir a um baile funk? Ou a qualquer outro espaço de manifestação cultural. Podemos ou não frequentar as ruas a noite?
Ainda sonho e luto por homens e mulheres que se respeitem em suas escolhas e que tenham direitos iguais especialmente nos espaços sociais e públicos. Entendam, homens e mulheres, temos todos e todas direitos de escolhas. 
Ser profissional ou do lar, ser hetero ou homo, ser gorda ou magra. Ir ao funk ou ao pagode. O fato de andar a noite na rua em lugares públicos, não significa caros, homens que meu corpo é público.  Ninguém merece ser estuprada !
Quantas coisas, nós mulheres deixamos de fazer, simplesmente por sermos mulheres? Quantas vezes preferimos calças a saias curtas, blusa comprida a barriga exposta, batom nude ao vermelho, sapatilha ao salto. Pois é, já me peguei, avaliando essas coisas, especialmente quando saio sozinha. E não deveria...
Ainda Sonho não fazer escolhas como estas por medo mas por gosto, por desejo real e não por medo de ser assediada ou estuprada.
A sociedade que coloca o homem em posição de liderança no lar, nos ambientes públicos e sociais devem educar filhos e filhas que entendam que a diferença de papéis de fato existe, mas o respeito porém, entre os gêneros, deve ser igualmente respeitado.

"Gracinhas", piadas de mau gosto e preconceituosas, desrespeito e assédio e o número de crimes contra a mulher aumentando, É isso que temos visto e ouvido! Escolas, igrejas, empresas, redes sociais, imprensa, cidadão, cidadã, vc, eu... Não podemos deixar de falar !