— Mudamos o projeto para que não haja desperdício. Reduzimos significativamente a quantidade de água: de 40 mil para 10 mil litros. E estamos testando outros recursos, como água de reúso, sem prejudicar os componentes, que vão se molhar — esclarece o carnavalesco.
Na União da Ilha, a preocupação começou em dezembro. Na ocasião, os reservatórios que abastecem o Estado do Rio já estavam em níveis preocupantes, mas nenhum tinha atingido o volume morto. Com o enredo “Beleza pura”, a escola da Zona Norte vai falar sobre as várias faces da vaidade. Com isso, o último carro vai representar a fonte da juventude, levando cerca de 4 mil litros de água. De acordo com Ney Filardi, presidente da escola, a alegoria foi alterada para estimular o consumo consciente.
— Usar água seria um recurso mais barato, mas preferimos mudar o projeto original, porque percebemos que a falta d’água vinha se agravando. Vamos gastar mais com tecnologia, mas sabemos que, daqui a um tempo, água será um artigo de luxo. Por isso, nos engajamos na causa e resolvemos evitar o desperdício — explicou o Filardi, que preferiu manter o segredo sobre o efeito especial que será utilizado no carro. — Isso só será conhecido no dia do desfile.
Apesar das mudanças, as agremiações garantem que os desfiles não serão prejudicados e que o cronograma de trabalho está mantido. Recém-chegada da série A, a Viradouro é a primeira escola a desfilar no domingo de carnaval. Com o enredo "Nas veias do Brasil, é a Viradouro em um dia de graça!", a vermelha a branca vai falar da contribuição do negro para a cultura brasileira. Já a União da Ilha é a quarta escola a desfilar na segunda-feira de carnaval.
Leia O Globo:
http://oglobo.globo.com/rio/carnaval/2015/crise-da-agua-faz-carnavalescos-do-grupo-especial-mudarem-projetos-de-alegorias-15169104
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