Preconceito, perseguição ou mimimi ???
Historicamente, os decotes, shortinhos ou biquinis ou nudez feminina, são as principais estratégias utilizadas pelas campanhas publicitárias, especialmente as de venda de bebida alcoólica. Já percebeu ? Ou é exagero meu? Perseguição feminista? Parece que na publicidade, o machismo está sempre na pauta, podemos dizer que é serventia da casa!
Historicamente, os decotes, shortinhos ou biquinis ou nudez feminina, são as principais estratégias utilizadas pelas campanhas publicitárias, especialmente as de venda de bebida alcoólica. Já percebeu ? Ou é exagero meu? Perseguição feminista? Parece que na publicidade, o machismo está sempre na pauta, podemos dizer que é serventia da casa!
De acordo com os registros do Conar - Conselho Nacional Autorregulamentação Publicitária, órgão que tem a função de regulamentar o mercado e as campanhas publicitárias, das 18 denúncias de machismo em propaganda recebidas em 2014 (pesquisadas pela Pública
no site do Conselho), 17 foram arquivadas, e apenas uma, da cerveja
Conti. Esta dizia em sua página do Facebook “tenho medo de ir no bar
pedir uma rodada e o garçom trazer minha ex”. A campanha terminou com um pedido de
suspensão e a advertência da agência idealizadora.
É assim mesmo! Em muitos destes comerciais, você já deve ter notado que a mulher é boa como a cerveja, fica molhadinha que nem a garrafa suada, e precisa servir cerveja se curvando enquanto empina o traseiro para os homens.
Pergunto onde estão as mulheres publicitárias e quais são seus papéis nas agências? Será que há mulheres na criação? Onde estão os/as homossexuais? Alguma mulher feliz e satisfeita com estas imagens? Lembramos que nós mulheres somos as principais decisoras do consumo seja da família, seja individual.
Nos últimos meses a campanha que vem incomodando diversas organizações e representações do Movimento de Mulheres no Brasil é a da cerveja Itaipava. Na campanha “Verão” em que a mulher é impedida de passar por um homem na praia, ela tentando correr e ele barrando sua passagem com o slogan “não deixe o Verão passar” ou em uma que ela leva e traz cervejas para os homens só de biquíni enquanto eles olham para seu corpo e chamam “vem Verão, vai Verão” ou ainda uma terceira em que a moça aparece de biquíni com uma lata e uma garrafa de cerveja na mão com o slogan “faça sua escolha” com a indicação de 300, 350 ou 600 ml – estes em uma alusão ao silicone do seio da modelo.
A agência criadora da campanha convidada a dialogar ou discutir sobre seu trabalho, preferiu se pronunciar apenas por nota através de sua assessoria de imprensa.
“A Y&R, agência que criou a campanha, respeita, bem como seu cliente, todas pessoas e em especial as mulheres. Em momento nenhum faz qualquer tipo de alusão para desmerecer ou agredir quem quer que seja e considera que o humor utilizado não tem tom de agressividade ou qualquer juízo de valor”.
"Ah, tá !"
E agora os homens levantaram a voz contra a publicidade da Bombril. Grupos de homens se unem pela interrupção de exibição da peça publicitária do Bombril. Quem viu?
Os machos que acionaram o CONAR, se dizem vítimas de discriminação de gênero e acusam o comercial de "deboche da figura masculina". De acordo com o Conar, há cerca de 15 registros de homens que reclamam da campanha e a consideram uma “ofensa à figura masculina”.
Nela, mulheres famosas: Ivete Sangalo, Monica Iozzi e Dani Calabresa exaltam o papel da mulher, que reconheçamos, dão contam de múltiplas funções no dia-a-dia brilhantemente. Toda mulher é DIVA, e todo homem segundo as famosas, é "DIVAGAR"... insinuando, portanto que o sexo masculino não teria a mesmo habilidade feminina para as tarefas domésticas, nem com a ajuda dos produtos da marca.
Esta não é a primeira vez que a marca "causa" entre os homens brasileiros. Em 2011, outra campanha da Bombril, "Mulheres Evoluídas" recebeu cerca de 300 reclamações no CONAR, a maioria de homens, que alegavam que os comerciais discriminavam o gênero. Desta vez, parece que os homens não sentiram-se representados.
Neste caso, o processo foi julgado e decidiu-se unanimemente pela manutenção da campanha no ar.
Pela quantidade de reclamações recebidas pelo Conar, no entanto - e como elas continuaram após o primeiro julgamento -, o órgão voltou a examinar o caso, mas ainda assim manteve a decisão.
De acordo com o julgamento do Conar, os comerciais são bem-humorados e usam recursos próprios da publicidade, como o exagero, sem demonstrar riscos aos consumidores. Nesta campanha os produtos Bombril eram mais evoluídos e úteis que os homens. Nesta campanha mais uma vez era estrelada por Dani Calabresa, Monica Iozzi e desta vez Mariza Orth.
Particularmente gostei da manifestação dos homens contra o que eles consideram ofensivo. Bem como são legítimas as manifestações de grupos feministas contra peças que usam a figura feminina de forma preconceituosa, deturpada.
Pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão comprova a publicidade brasileira não nos representa !
O estudo, que ouviu 1.501 homens e mulheres maiores de 18 anos, em 100 municípios de todas as regiões do país, mostrou que 56% dos brasileiros e brasileiras não acreditam que as propagandas de TV mostram a mulher da vida real. Para 65%, o padrão de beleza nas propagandas é muito distante da realidade da nossa população, e 60% consideram que as mulheres ficam frustradas quando não conseguem ter o corpo e a beleza das mulheres mostradas nos comerciais.
A pesquisa mostrou ainda que 84% da população acham que o corpo da mulher é usado para promover a venda de produtos.
Para 58% dos entrevistados, as propagandas de TV mostram a mulher como um objeto sexual, reduzida a bunda e peito. Um dos dados mais interessantes do estudo, no entanto, é o que aponta que 70% da população defendem algum tipo de punição para os responsáveis por propagandas que mostram a mulher de forma ofensiva. E aí, Conar ?? E aí, homens? E aí, agências ???
Então aí está ! A nossa luta, nosso desejo é por direitos iguais, por representação. Registrei neste post a minha opinião. Homens e mulheres deixem aqui nos comentários as suas. Observe por alguns dias a TV, rádio, os jornais e responda: a publicidade brasileira te representa?



